domingo, 17 de agosto de 2008

Choro mudo

Ela chorava silenciosamente
Chorava como se não tivesse ninguém olhando
Era como se ele não estivesse ao seu lado

Chorava como se tivesse apanhado por dentro
Uma surra daquelas
Mas um choro mudo, sem soluços

Os sons batiam nela, as lembranças juntas, que brincavam de ciranda em sua mente e a castigavam
O barulho da sirene e as ruas em câmera lenta, as cobranças dele meladas de arrogância, será cego? Ele não a via por dentro

Ela chorava sem piscar
A água jorrava do olho, no choro mudo
Era como se não tivesse ninguém olhando

A lua era bonita, cheia
A ponte corria ao lado do ônibus
O vento gelava seu rosto na marca das lágrimas

Ela chorava sozinha em meio aos passageiros
Chorava como quem tem um pesadelo
Silêncio, silêncio
Era como se ele não estivesse ao seu lado.

***