sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

Receitinha da Felicidade

por Amanda Monteiro

Ingredientes:
-Coração (grande)
-Amor de Deus
-Pesssoas especiais (atente para a qualidade)
-Lugares inesquecíveis
-Boa comida

Modo de fazer:
Abra o coração e forre com uma grossa camada do Amor de Deus, envolvendo-o completamente.
Tempere as pessoas especiais com boa comida e lugares inesquecíveis. Reserve. Risos a gosto.
Recheie o coração com essa mistura e deixe descansar.
Está pronto para ser saboreado!

Feliz Natal e Feliz 2011!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

killed the cat

Bichinhos curiosos mordem a parede do meu estômago
(Antes fossem borboletas. Há tempos elas não voam por aqui)
Mordem, mordem, até formar gastrite
Vontade dá e passa
Bichinhos curiosos não
Cutucam, sem descanso
Os dedos coçam, a garganta seca
querer saber, querer saber
Até chorar e adoecer
Morram, malditos!
Ou morro eu
alimentando o querer

***

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

sem nome

A culpa é do frio. Nem é porque você vai embora e tudo volta a ser cinza e sem graça. É esse céu nublado que me deixa triste. Não a saudade que já sinto. É sentir frio por dentro e não ter meia. O avião sobe, quando sobe a gente fica surdo. A gente fica surdo quando voa. É assim na terra também. Dói quando se volta a ouvir. Não devia fazer frio em novembro, mas novembro é sempre frio desde 2009. Ir embora é algo que me irrita. Porque o que eu quero não vai e quem eu quero não fica. Eu nunca posso ir. Tudo fica pequeno quando se voa. Eu fico embaixo, onde tudo é grande. Perto de mim, tudo é grande, mesmo eu sendo maior que muita coisa. Eu teria um sorriso, se não fosse o frio. O frio me deixa assim, com cara de quem espera o ônibus em dia de chuva.

***

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Touro

Teimei em nascer
Uma vez viva, teimei em viver
Bati o pé e disse: serei feliz

Teimei em gostar da Xuxa
de samba, de arte
e do que mais me desse prazer

Em ser eu mesma
e conhecer mais de mim
conhecendo você

Teimei em ter amigos
para a vida inteira
Mesmo sem conviver

Teimei em ser jornalista
teimosia tamanha
combustível do querer

Teimei em amar a pessoa errada
e como, e quanto
elevação do sofrer

Teimei em esquecer
Teimei em esquecer
Teimei em esquecer

Em fazer rimas pobres
para internamente
sobreviver


Teimei em ser sincera
até demais
mas sempre fiel a mim

Teimei em ser careta
até demais
e me divertir mesmo assim

Teimei em sonhar
até demais
e em não desistir

São Paulo, Paris,
Novidade
Teimei em partir

***

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

É o Que Me Interessa

(Lenine)

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa
.

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sampa


Sou gota da sua garoa
Nativa do concreto
Respiro o cinza, azul, amarelo

É bonito ver prédios dançando
entre buzinas, apitos e trens
Os carros passam, param

vermelho, amarelo, verde

Percorro o mundo em suas ruas
comidas, cheiros, dinheiro
Roda
de samba ou viola?

O sol é passageiro do trem das seis
A noite cala o silêncio
sem hora
Esquinas de memórias

O tempo passa, para
Amores passam, param
Os carros passam, param

vermelho, amarelo, verde

***

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Terra Molhada

Não é mel no meu olho
é terra fofa
O cheiro sobe
quando a chuva cai

Mesmo que a chuva seja salgada
faz brotar o novo
Colheita do brilho
Terra molhada

Nasce no riso a flor
Jardim inteiro
Alegria multicor

***

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Do que foi e ficou

[Faz um ano
que ouvi sua voz pela última vez
disse que amava você
Ri da sua piada
e marquei o almoço que não chegou
Um ano
e tanta coisa...]


Sem você nada é completo
o doce insiste em salgar no final
Não tem prosa, nem verso
Nem nota que alcance o tom
do seu riso que falta

***

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

( - )

Abri a porta
Toquei seu veneno
mas não o levei à boca
Chega de adoecer

Cinco sentidos blindados
Já não é tão fácil alcançar
esse músculo patético que pulsa
mas não por você

Ei, destruidor
Fortaleci minhas barreiras
Se quer transformar meu escudo em arma
Também sei manejar

Letra a letra
Dor e cura
Fecho a porta
você não pode entrar

Não quero métrica
tenho estilo
não quero rima
sou filha de Bandeira

Tenho alma
e me liberto
Enxergo bem
de olhos fechados

De quatro em quatro
eu formo passos
Danço pra longe da dor
Solo, sã.


***

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Waiting...

Não me leve a mal
Sim, eu gosto
do cheiro
do gosto
da língua
do riso
do corpo
e suor

mas

exigência demais?
Nada menos que amor me satisfaz

***

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Guru

Violões embalam novos risos
Devoro a novidade
com fome de quem espera sentindo o cheiro
E o gosto é bom

De churrasco em dia de sol
coca-cola congelando
bolo de chocolate
e amizade sincera

De músicas sem propósito
Jogos para divertir
ninguém perde

Mato
Mosquito
Sapo
Andorinhas

Eu também voltei
a mim

***

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Poeira

Tão estranho se perder
Olhar e não reconhecer
Lembrar do que não foi

Estranhos
em meio à confusão
tudo é ruína
Há pedaços
mas não uma casa

Eu olho, olho
só silêncio
Procuro de novo
Não vejo

- "Você acredita?"
- "Cada vez menos"

Cada vez menos...

***

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Novela

Manoel Carlos
longe de mim ser Helena
ou não
Mas cada capítulo
dessa vida que me cabe
parece coisa sua

***

domingo, 5 de setembro de 2010

Aba

Estava bem no meu cantinho
Abraçada aos joelhos
Um soluço por dentro
Que o riso esconde

Senti sua mão
colhendo minhas lágrimas
que não escorriam

Vi o amor no seu olhar
outra vez
Calor na alma
Seus olhos dentro dos meus

Pedi baixinho
pra você cuidar de mim
Você que é o Amor
me dá

Sua mão na minha
bem forte
para eu não cair
me guia

Seu abraço outra vez
Um beijo puro
Anel nos dedos
Sandálias nos pés

Sou filha no colo
Você ouve o que eu não falo
e me responde
enquanto conta os fios do meu cabelo

***

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Entre os dedos

A virtuosa
sorri diante do futuro
É o tempo do tempo
Estourar os balões
Andar a pé
Entender
o hoje amanhã
Só amanhã
Tempo
Dois tempos
Meio tempo
Correr atrás do vento
Receber o calor
Dia azul
Céu azul
Dançar no silêncio

***

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Jardim

Bem-me-quero
Mal-me-quero
Pétala a pétala
colorindo o chão

Riso a riso
Lágrima a lágrima
Misto de alma
colorindo o chão

Por onde piso
Há chão?
E quando não piso?
Voo

Há um miolo
amarelo
Mesmo quando
as pétalas acabam

Asas que sustentam
Mesmo quando
o chão acaba

O perfume fica nos dedos
Bem-me-quero
Mal-me-quero

***

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Janela

Ah, Rio
alvo dos meus sonhos
berço do meu pesadelo

Tanto que eu quis
respirar a independência em suas ruas
Um fantasma me assombra
em cada esquina

Levou as cores
ficou o bocado de tristeza
necessário para um samba

Nada aqui é meu
Cristo, avião, bondinho
Queria fazer morada
hoje só suspiro

Quem sabe, Rio
a gente volta a flertar?
Num fim de um dia de sol
eu ganhe as ruas da sua cidade

Continue sendo
Continue lindo
Continue um pouco meu

***

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Barba Ruiva

Esse oceano que insiste em te levar
não leva a saudade
Meu coração é um albergue
Ele hospeda a amizade

Capitão,
tua risada desarmada aproxima o céu
e eu a ouço em cada letra
No escritório, no cafofo, na cozinha
entre dreads, chapéus e palcos

Prontidão
Vamo que vamo
Tamo junto
Lov u
Love He
Lov me
"Você não vai me perder"

***

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Naqueles dias

quando a saudade me cega
me amarra na cadeira do passado
algema minhas mãos com boas lembranças
a dor me chicoteia
com força

filmes entram em cartaz
minhas mãos estarão sozinhas
a caminho do cinema

sua cadeira está vazia
mas tem alguém no meu lugar

a dor me lembra que é só isso
só dor
e vazio
com ou sem você

ouvi a voz da família que perdi
desculpas de quem não tem culpa
tudo desmorona
penso no que não foi

penso em você com ela
sem ela
com outra
sem mim
mas penso

me debato na cadeira
e não consigo me soltar
tudo é brega e melancólico

Maldita TPM!

***

domingo, 8 de agosto de 2010

Show



"Nasceram flores num canto de um quarto escuro
Mas eu te juro, são flores de um longo inverno"

***

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não dito

Atendo à esfarrapada e desço
Vejo seus olhos tristes
Silêncio
Falo do show do Otto?
Não vale a pena
Do livro que estou lendo?
Não vale a pena
Silêncio
As novas mentiras de sempre
Vamos trocar crueldades
e risos nervosos
mais uma sacola
mais um papel
abraço no vento
respiro fundo
fundo
fundo

Get over it

Não dói
Não há
Não é
Não

Toma seu troco
do valor de tudo isso
cada centavo em desperdício de amor
é o que nos resta
o troco
e o riso nervoso
um dia volta a ser sincero
quero bem
quero-quero
voa longe
longe
longe

***

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bandeira

Lá de cima, tantas cores
que eu nunca veria
O sol anuncia um novo dia
E faz sumir a dor da noite
que parecia não ter fim

Quando desci das nuvens
Carolina cantou o que eu sentia
Desabar em tempestade

Descobri que há dor boa
Deixo joelho, tornozelo,
costas e coxas]
gritarem mais que a minha alma

Um novo sol nasce em meu sorriso



***

terça-feira, 27 de julho de 2010

Nice to meet me!

Porcentagem
Estatística
Números, números
Eu e a Cláudia Raia
quem diria!

Tenho alguém na família
Tenho uma teoria
Tenho uma certeza
Propósito

Quero ouvir o silêncio
Branco
Olhar por sobre as nuvens
Branco
Quero férias da minha cabeça
Para me re-conhecer

***

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Assinado

Está feito
Viramos rabiscos
Não há bens
não há filhos
não há frutos
Só rabiscos

Saio da selva
tiro um nome
Como se nunca tivesse entrado

Por que dói?
Não é tristeza, é frustração.

***

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Game Over

Esquecer, esquecer
Pular de 20 para 25 como as ondas do ano novo
Só esquecer
Apagar 2006, 2007, 2008...
principalmente 2009
Rasgar as mágoas
Queimar as decepções
Deletar carinhos e risos
Matar a ilusão disfarçada
Esquecer, esquecer

Cravar as unhas no peito
Arrancar o que tem dentro
Esmigalhar
E encomendar um coração novo

***

segunda-feira, 19 de julho de 2010

This little light of mine

Não ocupo muito espaço
Onde me encaixo?
Tirando o cantinho
embaixo do seu suvaco

Minhas cores brilham no seu escuro
Pé de asa
Pé de chumbo

No canto do seu sorriso
Na curva dos seus olhos
Escorrego no opaco

Faço vento
Faço fogo
Faço água
Você é terra

Quero ser raiz
Florir tudo que é brega
Rir e rir
Ascender
Acender

Let it shine
Shine
Shine
Let it shine


***

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Bom dia!

Dois olhos abertos em cima de mim, apoiados na palma da mão, despertos com o amanhecer:

- "Você é tão bonita. Você já acorda bonita"!

E o bom dia vira poesia.

***

terça-feira, 13 de julho de 2010

Nasça

Não qualquer amor
verdade
Não qualquer culpa
verdade

Saliva não cura minha dor
verdade
O sal arde a cada choro
como?

Não de qualquer jeito
medo
Joelhos e joelhos


Você diz
escuto
Veste meu dedo outra vez
ora

Luz na janela
espero
Pensamento, pensamento
morra
nasça
novo
tudo
...

***

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vivi

Quase dezoito
Pedaço de vida sapeca
toma forma de mulher
Bonita

Azedinho doce
Delícia de sorriso
Como eu amo você

***

domingo, 27 de junho de 2010

Samba Rock

Seu desengonço com meu rebolado
Sorriso com sorriso
Suor com suor

Nheco-nheco, bole-bole
Meu samba com seu rock
Guitarra, bateria e tamborim

Pé, cintura, pescoço, cabelo
Miudinho, balançado
Alegria-iá

Seu desengonço com meu rebolado
Tasco um beijo de cantinho
Vamos ver no que vai dar

Não troco seu desengonço por Carlinhos de Jesus
Por nenhum mestre-sala, ou vocalista do U2
Quero seu braço em volta da minha cintura

Seu rock com meu samba, ta bom pra mim
Nheco-nheco, bole-bole
Guitarra, bateria e tamborim

***

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Da chegada do amor

(Elisa Lucinda)

Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.

Sempre quis um amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.

Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.

Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.

Sempre quis um amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.

Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.

Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.

Sem senãos.

Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.

Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.

Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.

Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.

Ah, eu sempre quis um amor que amasse.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Cheiro de Capuccino

Alegria é como cheiro de Capuccino em dia frio
O aroma doce esquenta a alma
Vai descendo devagar pela garganta
O corpo para de tremer, fica quentinho
O desenho do creme derretendo

A tranquilidade de uma manhã fria com sol
Ir até a padaria, com a cara ainda meio amassada
Sem batom, sem perfume
Sozinha ou bem acompanhada

Expresso vaporizado
Bebê-lo inteiro
Vendo as pessoas passarem
em câmera lenta
Um dia sem pressa
Alegria em canecas

***

quinta-feira, 10 de junho de 2010

E-Namorados

Tudo começou no cotovelo, com um belisco
Sorrimos quando reparamos juntos nossos cortes de cabelo
Vieram as flores no MSN e a companhia no ponto de ônibus
Até a noite em que o ônibus se foi durante o primeiro beijo
Pipoca com pedido de namoro
"Tudo é você. Acho que te amo" por torpedo
Olho no olho, Amo você, Eu você
Na primavera, amor em forma de aliança
Precious
Janeiro, véu comprido, gravata preta
Bem-casados
Pé de acerola no quintal
Novo lar em Jardim Camburi
Tantos sorrisos em fotos,
escalas em sonhos
Dançamos juntinhos no alto do Pão de Açúcar,
quando o sol se pôs
Criamos um idioma próprio, com dialetos derivados
Uma pedra no meio do caminho, partimos ao meio
Retomamos a vontade, partimos pra cima, passamos a pedra
Volta o sonho do maracujá
Polir as alianças, deixar brilhar
Ver a felicidade refletida
Do quarto dá pra ver os aviões
Vamos limpar a casa, arrumar a bagunça
Subir a montanha, de mãos dadas
Dançamos juntinhos embaixo do chuveiro
Novos risos, novas fotos
novoamordesempre
Único amor. Felicidade até pra sempre

***

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sabor de Pitanga

Paz em Pitanga
Sabores e cheiros
Balanço de rede
Sol entre árvores

Pé branco
Pé vermelho
Verdes montanhas
Largos sorrisos

Sossego de nós dois
Puro sossego
Amor puro Amor

***

domingo, 30 de maio de 2010

Jenipapo com cebola

No banquinho da Praça do Jenipapo, sentei e sorri.
Em um papelzinho, um tiro no escuro.
Peito aberto, cabeça erguida.
Se tiver que ser, vai ser direito.
Vai ser feliz, com muitos olhos esbugalhados.
Não vai ser no grito. Nem no sussurro manhoso.
Vai ser na consciência.
Vai ser na razão que move a felicidade.
Não na carência que move a ilusão.
Ilusão, não.
Um brinde de paz!

***

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Fica

Porque tudo com você é muito
bom ou ruim
lágrima ou riso
calor ou frio
mas confesso que não quero o fim

Torniquete no coração
A sua mão me caçando no meio da noite, para um abraço apertado
A conchinha infinita

Em prece, peço para o dia não nascer
para não ter que escapar de suas pernas.

Meu lugar é embaixo do seu braço
Seu lugar é encostado no meu peito
Com cosquinhas como música de fundo
Tão bonito
Suas caras engraçadas e as minhas

Tudo é muito
até o pouco...

sábado, 22 de maio de 2010

Página 25

Nada de amarelo
Sou vermelho Gabriela com Volúpia
Do calor em mim
Do dia em que me dei a mim mesma de presente

Sou minha
Livre para escolher os clichês que quero em vida
Sem pose, sem tipo

Sem a necessidade de mostrar que sei
Página quase em branco
para acrescentar

Não exija conclusões,
estou na página 25
Leia e releia para poder escrever em mim

Da ânsia de conhecer
as fotos que ainda não tirei
as músicas que não ouvi e não dancei

Sou forte, sem Rebu
Intensidade doce
com azedinho
como a cereja - cujo sabor não gosto, mas sei que é bom
com chocolate

A estranheza da chuva que cai já não me traz aflição
Deixa cair, deixa molhar
Subir o cheiro da fruta madura

Deixa cair a noite, raiar o dia
Recomeçar

Da ânsia de viver e ser
o que ainda não fui

***

terça-feira, 18 de maio de 2010

Tamanha

Talvez eu seja mesmo muito pequena, a ponto do meu coração passar despercebido.
Um coração tão pequeno não merece um grande amor. Talvez, você pense.
Um coração tão pequeno se contenta com pouco, com quase nada. Você pensa?
Essa história de músculo involuntário é a maior besteira.
Todos os dias eu tenho que ordenar que o meu coração bata.
Eu viro para ele e grito: bata! Pulse! Não pare!
E quando ele se cansa, quando teima em não querer, eu digo para ele: eu sou maior que você!
Posso ser mesmo muito pequena, mas sou maior que meu coração.

***

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dezoito

Ilusão de meio copo de pensamentos salgados que escorrem pela minha face.
Ilusão de cacos espalhados no caminho e que entram no meu pé
vermelho
vermelho... como o músculo tum-tum de dentro que bate
Ilusão que bate
Ilusão de olhos fechados, juntinhos, separados,
olhos abertos e fechados... de ódio
de ódio? de ilusão.
de virar osso de virar gostosa
boca boca beijo
ilusão de amor eterno tum-tum
garganta arranha escorre grita
sufoca ilusão desabafa na tinta.
Ar condicionado de ilusão, de ácaro,
de onça, de peixe, tartaruga e beija-flor.
Ilusão de dente colorido e céu-azul
de voar, de voar, de voar
Ilusão de um dia ser gente.

(Originalmente escrito em 27/11/2003, às 14h43)

***

terça-feira, 4 de maio de 2010

Data

Não me dê presente sem cartão, livro sem dedicatória, porta-retrato sem foto
Vamos pessoalizar as coisas
Não me dê flores só porque sou mulher
Não quero um CD sem nenhuma música dedicada a mim
Não me dê presentes úteis só porque são úteis
Nem me venha com roupas que você não me veja dentro

Vamos nos tornar especiais
Quero significado!

Nada de joias sem compromisso de felicidade
Nem de perfumes que não te façam lembrar de mim
Deixe sua marca, faça valer a lembrança
Surpreenda
Tire meu fôlego
Arranque um sorriso carregado de emoção
Vá além do presente. Transforme em memória
Presenteie-me com significado.


***

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Piuí

Quer ser feliz comigo? Suba.
Não quer? Desça.
Mas não freie meu trem.
Simples Assim.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

De Galocha

Ando tão chata que nem eu to me aguentando
Bato boca comigo mesma e fico horas e horas sem falar comigo
Se acreditasse em Inferno Astral, com certeza o culparia
Ou quem sabe a TPM? Hormônios alterados?
Vou culpar o estresse, que virou culpa de tudo
Dizer que é porque acordo quando ainda está escuro
(... se bem que hoje tinha uma lua cheia linda,
e o sol nascendo na praia também é bom de se ver)
Mas estou chata e não quero nem saber
Não pergunte, não me enche
a não ser que seja de beijos e chocolates.

***

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Hospital

Ele se arma de mentiras e atira, sem dó
O sangue jorra em forma de lágrimas
A confiança vai para a UTI

Esperar pela cura é uma briga entre dois eus
Estoques no final, nada que amenize a dor
Todas as balas alojadas, na cabeça, no peito

Ele me olha como se estivesse tudo bem
Como se fosse natural me machucar
Não vê que estou morrendo
e o único remédio é a verdade

Não há doador compatível
Não há verdade
Não há amor sem verdade
Não há amor

Onde estão as músicas dos nossos sentimentos?
Onde estão as fotos dos nossos risos?
Tantos pores-do-sol que ainda não vimos...

Alimente o meu amor
Alimente-me com verdades
Injeção de carinhos sinceros
Fidelidade no soro, por favor
Choques de orgamos, suor
Sinais vitais se restabelecendo...

Esperar pela cura é uma briga entre dois eus

***

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Blanket

Tenho um cobertor grande, mas não parece. Feito sob medida,
com braços e pernas compridas que formam nós com os meus,
com um cheiro gostoso e quente para embalar meu sono
e cosquinhas para me acordar.

Um cobertor que morde minha orelha,
canta, ri e segura meus trimiliques.
Já não fico triste em dias nublados.
Já não existem mais noites frias.
Frio só tem graça quando a gente tem um amor quentinho.

***

terça-feira, 16 de março de 2010

Pão Minuto

Um minuto em forma de pão
Um pouquinho de atenção
Queria mesmo é poder te dar
uma fornada, quentinha e assada

De horas e horas, sem ponteiro rodando
De risos e risos, sem tempo contando
Igual namorados
De manha na cama
Ouvir que me ama
Num banho demorado

Como o minuto, saboreio os segundos
Conto as horas para voltar para o nosso mundo
Onde o tempo não tem pressa
A alegria recomeça
Em delícias e delícias sem fim
(Até pra sempre quero você pra mim)

***